Quem sabe um dia (parte 1)

Quem sabe um dia, era o que ela me dizia. “Um dia” se tornava tão distante, já não acreditava que voltaria. Levou com ele meu pequeno coração, talvez se arrependeria e me traria de volta. Eu precisava viver. 

Eu tinha 14 anos quando o vi pela primeira vez, foi quando também desapareceu. Vivi um amor de 3 meses, ah, que saudade daqueles olhos profundos, intensos. Eu nunca tinha amado, mas sabia que aquilo que sentia era amor. Agora me via sozinha e com o peso de um vazio no peito. Adoeci. Minha mãe, coitadinha, via-me sem vida perambulando pela casa. Talvez pensasse ser amor de criança e logo tratava de me consolar – Quem sabe um dia, filha! Ele há de voltar. 

Não passou. Não voltou, e ainda nos lábios daquela meiga senhora, minha mãe, o consolo. Mas agora já não tenho 14 anos, sou uma jovem que completara 17. Ainda desiludida pela ausência silenciosa daquele rapaz. Nenhum outro me cativava. O que eu saberia do amor? Amar novamente não fazia sentido. Eu já o havia perdido. 

Quem sabe um dia! Torno ouvir essa frase, que agora soava diferente. Minha mãe com um semblante sereno, parecia contente, vinha em minha direção. Uma carta, ela tinha na mão. Não imaginava o que poderia ser, até abrir e começar a ler. Na carta dizia: … 

Sharing is caring!

5 2 votes
Article Rating
Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments